Desde o início dos anos 50 quando o Professor Brånemark descobriu a osteointegração do titânio que se iniciou uma revolução na Medicina Dentária moderna. A capacidade de colocar um material estranho directamente no osso humano que seria “assimilado” e integrado nesse mesmo osso sem qualquer reacção adversa, podendo funcionar como um substituto da raiz dentária permitiu termos a capacidade de devolver a milhões de pacientes a alegria e confiança de sorrir sem as complicações originais das próteses removíveis clássicas.
Após 70 anos da descoberta da osteointegração a evolução nos sistemas de implantes foram acontecendo a um ritmo completamente alucinante, aparecendo novas geometrias e formas de implantes capazes de uma mais rápida cicatrização bem como superficies implantares com melhores características e permitindo uma maior rapidez nos tratamentos.
Chegados ao século XXI encontramo-nos rodeados por mais de 2000 sistemas de implantes diferentes no mundo, cada um afirmando ser melhor que o outro, cada um com algo que acrescenta um beneficio no tratamento ou, muitas vezes, simplesmente alternativas mais baratas que afirmam terem a mesma qualidade que os seus semelhantes mais caros. Mas como navegar no meio de toda esta informação? E, acima de tudo, como escolher o melhor para o nosso paciente?
O desafio do dia à dia do Implantologista é explicar ao paciente candidato para colocação de implantes que nem todos os implantes são semelhantes.
Com a entrada de um mercado livre em medicina dentária a possibilidade de construirmos os nossos preços e tabelas de serviços de forma livre leva muitas vezes grandes diferenças no valor dos tratamentos com implantes entre diferentes clínicas. Obviamente que a pergunta mais frequente quando um paciente se dirige à nossa consulta é exactamente questionar a razão para o tratamento serem muitas vezes mais caro ou, em alguns casos, mais barato em relação a outro orçamento que lhe foi dado noutra clínica, sendo, em alguns casos mas nem sempre, um tratamento semelhante ou muito semelhante. Explicar ao nosso paciente este dilema e porque ele existe é um verdadeiro desafio constante.
O paciente moderno está muito mais informado. A internet permitiu que a informação chegue à nossa casa de uma maneira rápida e em quantidades exorbitantes e como tal na maior parte dos casos os pacientes apresentam-se na consulta já munidos de algum conhecimento rudimentar de como o tratamento com implantes funciona. No entanto, a quantidade de informação não significa informação de qualidade. Juntamente com este facto verifica-se uma maior preocupação com os custos do que em tempos passados.
Para entender onde estão as diferenças é necessário perceber que a colocação de um implante dentário não se resume apenas e só ao tipo de implante que é colocado. O planeamento que ocorre antes da realização da cirurgia tem um enorme peso nesta equação de valores. Assumir um caso de implantologia como algo banal é o início de um caminho de falhanço no tratamento e isso muitas vezes acontece. Implantes colocados em posições protéticas erradas que impedem a reabilitação funcional e estética, técnicas cirúrgicas deficientes, pouca atenção aos protocolos de assépsia e um controlo apertado do pós-operatório são as razões habituais para falhas prematuras dos implantes. Em 90% dos casos este tipo de situações poderia ser evitado com um bom planeamento. O problema é que isto implica tempo, e tempo muitas vezes, não existe tendo em conta a existência de consultas de 15 minutos ou mesmo 30 minutos que se praticam em algumas clínicas, e que são claramente insuficientes para uma real avaliação da situação e dos objectivos do paciente.
Ao olhar para os valores que são praticados por este tipo de tratamentos hoje em dia é fácil de perceber que os custos são muito diferentes de clinica para clínica, podendo levar o paciente a pensar que clinicas que praticam valores mais elevados o fazem apenas para atingir um mercado socio-económico mais alto. Esta ideia é errada. Diferentes tipos de implantes e marcas apresentam soluções melhores ou piores que deverão ser avaliadas pelo medico-dentista de forma a usar o melhor material e técnicas para ir de encontro ao resultado pretendido pelo paciente.
O paciente terá de ter a perfeita noção do tratamento em que está envolvido, dos materiais que serão utilizados, dos laboratórios associados ao tratamento bem como todos os passos cirúrgicos e protéticos pelos os quais irá passar. A banalização da colocação de implantes tornou-se um mal sobre o qual todos devemos estar informados. Apesar de hoje em dia sabermos que o tratamento com implantes funciona e que apresenta uma durabilidade enorme é importante saber o que realmente se está a “comprar”. Como me disse um paciente recentemente “Doutor, o barato sai caro!”.
Grande verdade.
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